quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Meias-verdades


Meias-verdades. Ou verdades com máscara de enganos. Mentiras disfarçadas. Tão só e apenas: verdades incompletas... É algo que detesto. Sobretudo quando quem as diz se considera muito frontal. Pior, ainda, quando acha que age esse é um comportamento honesto, sem perceber as inúmeras confusões que acaba por gerar em virtude de nunca se explicar de forma clara, induzindo os outros a emitir opiniões desviadas do cerne da questão principal, porque baseadas em pressupostos errados, e, em consequência, acabando por formular juízos que não correspondem aos factos em análise.

Ou seja, o x do problema resume-se à falta de consideração, quiçá de confiança, que algumas pessoas depositam nos outros e, por isso, as classificam como sendo indignas de merecerem quaisquer explicações sobre os seus actos.

Todavia, estes incondicionais amantes da liberdade, que gostam de dizer-se seus acérrimos defensores, que insistem em afirmar que têm o direito de agir sem prestar contas a ninguém, que se declaram muito ofendidos quando se pergunta as razões que os movem ou o porquê das suas atitudes, acabam por, ao preferir mentir ou contar meias-verdades, julgando que, assim, se protegem das ingerências externas nas suas vidas privadas (esquecendo-se que, caso não sejam eremitas, o público e o privado - não o íntimo, obviamente - têm uma fronteira muito ténue), acabam, dizia eu, por incorrer numa das maiores faltas de carácter que eu conheço: a desonestidade para consigo próprios que acarreta, também, o desrespeito pela integridade dos sentimentos daqueles que os rodeiam.

Imagem: retirada DAQUI.

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