Continuação.
Na penumbra do quarto, Maria olhava-o de sorriso nos lábios. Adorava vê-lo assim despido, tocar a sua pele morena, saborear cada pedaço do seu corpo nu com a língua, observar cada curva com os olhos do coração, acariciá-lo com os dedos da alma… sempre de espírito aberto à descoberta de novas sensações, deixando a ousadia surpreender os amantes e aproveitar a partilhar dessa intimidade que nos alimenta o ego.
Apesar das horas inesquecíveis que passaram juntos, nenhum dos dois atingiu o clímax. Todavia, por incrível que pareça, isso não os frustrou, ou sequer preocupou. Antes pelo contrário, fê-los desejar voltar a estar juntos e continuar a explorar o corpo de cada um para saciar a sede de sexo que se apoderara de ambos.
Falar de sexo (e admitir que se o pratica com gosto) é abordar um tema que choca muitas mentes, até mesmo no diálogo íntimo entre os parceiros que acabaram de se envolver fisicamente. Como se este fosse um assunto de pervertidos, de gente que tem o deboche como padrão de vida.
Não era, todavia, essa a opinião de Maria, nem tão pouco dele. Quer um quer outro consideravam que, num relacionamento a dois, o melhor de tudo é o caminho que se percorre (e como se percorre) até chegar à sintonia de métodos e formas de expressão corporal, à partilha das emoções sem tabus ou preconceitos, à volúpia sensual entendida numa linguagem empática por ambos os parceiros.
Enfim, o percurso até chegar à integral satisfação das pulsões físicas e ao encontro de um ambiente de perfeita comunhão sexual, parecia a Maria e ao companheiro mais importante do que o mistificado fim orgásmico… que pode ser uma explosão de prazer, ninguém o nega, mas não deixa de ser um momento demasiado efémero.
Em suma, aquela fora uma noite de insónia. Das poucas que Maria passara já que, nem quando estava na faculdade alguma vez fizera uma directa para estudar, ou divertir-se. Nunca fora uma mulher da noite, gostava demasiado da luz do sol e gostava de ver o horizonte à sua frente, nítido e identificável. O escuro assustava-a um pouco, apesar do fascínio que sentia ao ver os efeitos multicolores das luzes de Lisboa sobre as águas negras do rio Tejo a horas tardias.
Desta vez, contudo, o sono (que costuma aparecer sempre a hora certa, para deleite de Maria que adora sonhar) fora parar a outro lado. Chegou a casa às 5h 30m. Teve, apenas, tempo de tomar banho, mudar de roupa e ir para o emprego.
Sentia-se leve e feliz. Passou o dia noutra dimensão, alheada da realidade e sonhando com ele, como se estivesse anestesiada pelas sensações da véspera.
Continua…
Na penumbra do quarto, Maria olhava-o de sorriso nos lábios. Adorava vê-lo assim despido, tocar a sua pele morena, saborear cada pedaço do seu corpo nu com a língua, observar cada curva com os olhos do coração, acariciá-lo com os dedos da alma… sempre de espírito aberto à descoberta de novas sensações, deixando a ousadia surpreender os amantes e aproveitar a partilhar dessa intimidade que nos alimenta o ego.
Apesar das horas inesquecíveis que passaram juntos, nenhum dos dois atingiu o clímax. Todavia, por incrível que pareça, isso não os frustrou, ou sequer preocupou. Antes pelo contrário, fê-los desejar voltar a estar juntos e continuar a explorar o corpo de cada um para saciar a sede de sexo que se apoderara de ambos.
Falar de sexo (e admitir que se o pratica com gosto) é abordar um tema que choca muitas mentes, até mesmo no diálogo íntimo entre os parceiros que acabaram de se envolver fisicamente. Como se este fosse um assunto de pervertidos, de gente que tem o deboche como padrão de vida.
Não era, todavia, essa a opinião de Maria, nem tão pouco dele. Quer um quer outro consideravam que, num relacionamento a dois, o melhor de tudo é o caminho que se percorre (e como se percorre) até chegar à sintonia de métodos e formas de expressão corporal, à partilha das emoções sem tabus ou preconceitos, à volúpia sensual entendida numa linguagem empática por ambos os parceiros.
Enfim, o percurso até chegar à integral satisfação das pulsões físicas e ao encontro de um ambiente de perfeita comunhão sexual, parecia a Maria e ao companheiro mais importante do que o mistificado fim orgásmico… que pode ser uma explosão de prazer, ninguém o nega, mas não deixa de ser um momento demasiado efémero.
Em suma, aquela fora uma noite de insónia. Das poucas que Maria passara já que, nem quando estava na faculdade alguma vez fizera uma directa para estudar, ou divertir-se. Nunca fora uma mulher da noite, gostava demasiado da luz do sol e gostava de ver o horizonte à sua frente, nítido e identificável. O escuro assustava-a um pouco, apesar do fascínio que sentia ao ver os efeitos multicolores das luzes de Lisboa sobre as águas negras do rio Tejo a horas tardias.
Desta vez, contudo, o sono (que costuma aparecer sempre a hora certa, para deleite de Maria que adora sonhar) fora parar a outro lado. Chegou a casa às 5h 30m. Teve, apenas, tempo de tomar banho, mudar de roupa e ir para o emprego.
Sentia-se leve e feliz. Passou o dia noutra dimensão, alheada da realidade e sonhando com ele, como se estivesse anestesiada pelas sensações da véspera.
Continua…
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