sexta-feira, 17 de agosto de 2007

A descoberta do prazer


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Passaram a noite a conversar e a fazer amor, explorando cada gesto e o prazer que dele obtinham, gozando breves momentos de silêncio numa partilha sensorial que as palavras eram insuficientes para descrever.

Entre segredos sussurrados, sucederam-se as confidências… e o diálogo prosseguiu com ambos deitados na cama, abraçados e descontraídos. Voltaram a fazer amor de uma forma mais contida, não dando pelo passar das horas.

Maria sentia-se nas nuvens. Por incrível que pareça, fora aos quarenta anos que, pela primeira vez, conseguira desinibir-se o suficiente para gozar em pleno todas as sensações que o acto sexual tinha de sublimes, quando praticado com o parceiro certo.

Sem saber bem explicar como o conseguira, esqueceu todos os complexos que, até ali, haviam atrofiado a expressão natural dos seus afectos por outrem, sentiu-se bela e desejada. Não era suficientemente bonita? Tinha uns quilos a mais? Naquele momento, surpreendentemente, nada disso lhe importou e, liberta daqueles constrangimentos, gozou cada momento de uma forma intensa, quase mística, tal era o prazer que sentia por o ter ali a seu lado e poder observar, olhos nos olhos, que a satisfação era mútua.

Era tudo tão diferente do que já tinha vivido, que não conseguia parar de se surpreender. Talvez por isso, suspirava a cada carícia mais ousada e vibrava de cada vez que o seu corpo pedia, compulsivamente, que ele a possuísse.

Absorta numa áurea de sensualidade, Maria transformou-se numa outra mulher, mais audaz, desavergonhada até, sequiosa de prazer… para dar e receber, saboreando, deleitada, cada um.

Continua…

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