Não costumo ler esta revista (considero a sua linha editorial demasiado "à direita" para o meu gosto). Mas ontem, à falta de outras opções para me entreter enquanto esperava a minha vez no cabeleireiro comprei-a no quiosque em frente ao salão, porque a manchete da capa me chamou a atenção.
Trago-a aqui, não para conversar sobre o conteúdo da reportagem (cujo título é bem elucidativo) – um tema que mereceria uma reflexão séria e profunda, eu sei (mas que não é o objectivo deste espaço) – mas para vos falar do meu medo das dependências, sejam elas droga, vinho, doces, jogo, café, afectos, comida, medicamentos, etc. etc.
Os comportamentos aditivos assustam-me. Perder o controlo sobre os meus actos é algo que me apavora. Só de pensar que posso vir a ter de viver em função de uma qualquer dependência deixa-me completamente angustiada.
A coisa é de tal ordem que sempre que noto em mim um vislumbre de actos compulsivos, prenúncio de uma eventual tendência para ficar subjugada a um qualquer prazer, perco o interesse pelo objecto da minha sedução e, durante uns tempos, foco o interesse da minha atenção noutra coisa que me dê satisfação equivalente.
Por exemplo:
Desde criança que gosto imenso de ler. Os livros são o meu natural refúgio contra as crises de identidade, os desgostos amorosos ou os males da vida em geral.
Neles me encontro e fortaleço. Com eles sinto-me sempre acompanhada. Por isso, leio enquanto tomo o pequeno-almoço em casa ou no café, nos transportes públicos entre casa/trabalho e vice-versa, esteja sentada num jardim, na praia ou numa esplanada a descansar, até na fila à espera de ser atendida no supermercado, nas Finanças e por aí adiante…
Geralmente, fico doente se vou fazer uma viagem e não levo um livro (é ponto assente que tenho de passar na livraria mais próxima e comprar um), aborreço-me sobremaneira se saio de casa e me esqueci (ao trocar de mala) daquele que estou a ler no momento. Sinto um vazio inexplicável, uma dor no peito…
Todavia, de vez em quando resolvo ficar uma temporada sem ler. Recuso-me, ostensivamente, a sair acompanhada de um livro. Nem em jornais pego. É como se ganhasse uma aversão às letras de outros. E viro-me, então, para a música ou para a escrita (prosa ou poesia), duas outras coisas que me dão, igualmente, muito prazer. Mas, principalmente, gosto de ficar a "sonhar de olhos abertos"…
Louca? Talvez! Pouco me importa. Sou feliz assim.
Trago-a aqui, não para conversar sobre o conteúdo da reportagem (cujo título é bem elucidativo) – um tema que mereceria uma reflexão séria e profunda, eu sei (mas que não é o objectivo deste espaço) – mas para vos falar do meu medo das dependências, sejam elas droga, vinho, doces, jogo, café, afectos, comida, medicamentos, etc. etc.
Os comportamentos aditivos assustam-me. Perder o controlo sobre os meus actos é algo que me apavora. Só de pensar que posso vir a ter de viver em função de uma qualquer dependência deixa-me completamente angustiada.
A coisa é de tal ordem que sempre que noto em mim um vislumbre de actos compulsivos, prenúncio de uma eventual tendência para ficar subjugada a um qualquer prazer, perco o interesse pelo objecto da minha sedução e, durante uns tempos, foco o interesse da minha atenção noutra coisa que me dê satisfação equivalente.
Por exemplo:
Desde criança que gosto imenso de ler. Os livros são o meu natural refúgio contra as crises de identidade, os desgostos amorosos ou os males da vida em geral.
Neles me encontro e fortaleço. Com eles sinto-me sempre acompanhada. Por isso, leio enquanto tomo o pequeno-almoço em casa ou no café, nos transportes públicos entre casa/trabalho e vice-versa, esteja sentada num jardim, na praia ou numa esplanada a descansar, até na fila à espera de ser atendida no supermercado, nas Finanças e por aí adiante…
Geralmente, fico doente se vou fazer uma viagem e não levo um livro (é ponto assente que tenho de passar na livraria mais próxima e comprar um), aborreço-me sobremaneira se saio de casa e me esqueci (ao trocar de mala) daquele que estou a ler no momento. Sinto um vazio inexplicável, uma dor no peito…
Todavia, de vez em quando resolvo ficar uma temporada sem ler. Recuso-me, ostensivamente, a sair acompanhada de um livro. Nem em jornais pego. É como se ganhasse uma aversão às letras de outros. E viro-me, então, para a música ou para a escrita (prosa ou poesia), duas outras coisas que me dão, igualmente, muito prazer. Mas, principalmente, gosto de ficar a "sonhar de olhos abertos"…
Louca? Talvez! Pouco me importa. Sou feliz assim.
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